O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Estado do Pará (Sinjor) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) vem em público manifestar seu repúdio à sistemática campanha de assédio judicial contra o jornalista Ronaldo Brasiliense, 45 anos de profissão, que na última quinta-feira, dia 5 de setembro, recebeu do juiz da Comarca de Óbidos, Clemilton Salomão, a sentença da juíza Anuzia Dias, de Belém, para cumprimento de pena de oito meses de serviços à comunidade.
Ronaldo foi condenado porque em 2016, em postagem no seu perfil no Facebook, chamou o então ministro da Integração Regional, hoje governador do Pará, Helder Barbalho, de “sem escrúpulos” ao publicar foto com religiosas no jornal de sua família, o Diário do Pará, em propaganda eleitoral extemporânea.
Em 2020, o juiz Roberto Cezar Oliveira Monteiro, da 7a Vara Cível e Empresarial da Capital, já havia condenado o jornalista a pagar R$ 160 mil (dinheiro atualizado) por danos morais por escrever que o atual senador Jader Barbalho era “chefe da quadrilha” da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), reproduzindo apenas o texto que consta na sentença do juiz Alderico Rocha dos Santos, da 2a Vara Federal do Tocantins.
Na tese do juiz, questionável, o jornalista não poderia chamar Barbalho de “chefe de quadrilha” antes do “trânsito em julgado” da ação penal, o que representa um golpe à liberdade de imprensa, uma vez que, novamente, o texto da reportagem escrita por Ronaldo Brasiliense apenas reproduz trechos da sentença proferida pelo juiz federal Alderico da Rocha dos Santos.
De maneira inusitada, Ronaldo Brasiliense mora em Óbidos, Helder Barbalho em Ananindeua e Jader Barbalho em Brasília, mas todas as ações judiciais foram julgadas em Belém.
Contra a criminalização de jornalistas e em defesa da democracia e do livre exercício da profissão, o SINJOR-PA segue em luta contra qualquer oligarquia que tente silenciar nossa categoria!