A menos de um ano da COP-30, o Governo do Estado quer extinguir a Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa), conforme consta no Projeto de Lei 701/2024, encaminhado pelo governador Helder Barbalho à Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), faltando menos de uma semana para encerrar o período legislativo, previsto para a próxima quarta-feira (18). Os Sindicatos dos Jornalistas do Pará (SINJOR-PA) e dos Trabalhadores das Empresas de Radiodifusão (STERT) repudiam esse projeto de Reforma Administrativa e convocam todos os trabalhadores da Funtelpa e das outras emissoras para uma grande assembleia geral nesta quinta-feira, dia 12, às 12h30, no sétimo andar da sede da Funtelpa, na rua dos Pariquis, n° 3318.
A Reforma Administrativa também extingue outros 11 órgãos e gera demissões e instabilidade nos trabalhadores, que sequer foram consultados sobre este ato totalmente antidemocrático.
A notícia, que chegou à Funtelpa, nas últimas horas, causou um clima de indignação e também de muita disposição para lutar e enfrentar essa manobra do governador para extinguir uma fundação pública de direito privado, criada em 1978, responsável por manter Rádio, TV e Portal Cultura, que se configura como um verdadeiro patrimônio cultural desse Estado. A Funtelpa tem uma história que atravessa a vida do povo paraense e dos artistas e fazedores de cultura locais, que sempre tiveram nas emissoras Cultura um espaço e apoio para o fomento de suas produções.
O projeto de Reforma Administrativa pretende extinguir a Funtelpa e passar a gestão à Secretaria de Estado de Comunicação (Secom), o que se configura em um grande erro, pois mistura missões e finalidades distintas dos dois órgãos, pois a missão da Funtelpa é oferecer uma comunicação pública e de qualidade à população, com foco em pautas educativas, culturais, de cidadania, com pluralidade de vozes, dentro de uma dinâmica de independência e de compromisso com a democracia desse país, enquanto que a Secom é uma secretaria cuja missão principal é a comunicação institucional. Ou seja, a extinção da Funtelpa não é uma mera formalidade de organograma institucional do governo, mas representa a perda de autonomia e independência das emissoras Cultura, que passariam a ter um perfil de assessoria de comunicação.
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A estratégia do governo de extinguir a Funtelpa representa a destruição de todo um acúmulo de trabalho e memória de conteúdos de excelência, produzidos ao longo de quase meio século de existência (46 anos) por centenas de jornalistas, radialistas e profissionais ligados à cultura, que contribuíram para a construção da comunicação pública neste estado. E é em nome de tudo isso que, os sindicatos, SINJOR e STERT, estão juntos com os trabalhadores, artistas e o povo do Pará na luta pela manutenção da Funtelpa e de toda a sua história e legado, que atravessam a nossa sociedade.
Sinjor, Stert e trabalhadores da Funtelpa não aceitarão esse desrespeito às emissoras que fazem parte da memória afetiva da população paraense, com programas como Catalendas, Sem Censura Pará, Feira do Som, Clube do Samba, e que movimentam as torcidas locais com as transmissões do Parazão, batendo a audiência até mesmo das emissoras privadas.
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A Funtelpa é do povo do Pará!
A Funtelpa fica!